Ouvi sobre generosidade ontem, a principio me pareceu uma frase deslocada da circunstância, mas depois refletindo sobre o tema e as situações em que a vida tem me colocado, entendi que não há momento definido para ser generoso e nem para se falar sobre esse sentimento tão singelo.
Limitada no que tange a satisfação dos meus anseios.
Insatisfeita com as respostas que a vida insiste em não me dar. Engasgada com
as perguntas que não posso fazer. Passada com que as pessoas podem fazer...
Sem pavio, quando me sinto em cheque no tabuleiro interno em
que me movimento, estouro. Farpas e
estilhaços atingem de pessoas a objetos com a mesma letalidade. Muitas vezes
nem eu nem elas sabem de onde veio tamanha onda. Somos atingidos. Atordoados nos limpamos as feridas e catamos os
resquícios do que sobrou de mim e dos outros.
Descer a montanha da cólera, depois de vertiginosa subida, é
um dos exercícios mais difíceis pra minhas pernas e com o passar dos anos, essa
descida vem sendo mais demorada e carregada de arrependimentos e recomeços.
Talvez seja a maturidade, talvez...
Costumo dizer que peço desculpas sem grandes traumas, mas
confesso que a tomada de consciência muitas vezes é mais dolorosa que o tombo
em si.
Eu não tenho sido generosa. Chocante declaração depõe contra
mim, eu bem o sei. Bravo é assumir as nossas limitações...
T.