terça-feira, 13 de março de 2012

Insônia


Um peso cabeça, corpo e coração... por vezes a ansiedade mastiga cada célula que compõe meu corpo e minha alma, saboreando cada pedacinho lenta e cruelmente até me engolir... quando no descanso das minhas fibras, crentes do "aqui jaz" ela me cospe... talvez pra testar minha capacidade de cair de pé... talvez só para me ver voar... talvez pra sentir o gostinho da vitória entre o cair e o levantar...  esse processo doí, moí, estilhaça a estrutura óssea e a capacidade emocional de raciocinar, pelo menos para estudar a melhor posição pra um suposto cair ... a vida é um lugar cheio de emoções... na tênue linha que liga o ir e vir das noites sem rivotril vou acordar... dormida e coberta por todo calor e cinza capaz de ser carregada por uma fênix.  
T.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O tempo...


É impressionante como o tempo passa rápido, parece que era ontem que andava com uma barrigão de fazer inveja... Hoje faz uma semana que meu bebê dorme sem fralda... se passaram 2 anos e 9 meses... Parece que foi ontem, o bico do peito rachado, a primeira sopa de legumes, os primeiros passos... É foi ontem... Agora todo independente ganha o mundo, andando no quintal com a certeza dos 2000 mil anos da humanidade... Já estou vivendo o amanhã... Saudades de quando era ontem...
T.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Homenagem ao Dia da Mulher


Mulheres da minha vida: mãe, irmã, amigas/irmãs, irmãs/amigas, de ontem, de agora, de sempre e para a eternidade, esse é o mês que se fala da nossa força, da nossa luta, das nossas conquistas e principalmente do quanto ainda temos a conquistar. Pensando no que lhes dizer fui me lembrando das muitas mulheres que compõem a história do mundo, sejam elas velhas conhecidas das enciclopédias ou nem tanto, mas nem por isso menos importantes.
 
Minhas lembranças mais remotas me levaram a Cleópatra que fez da vida política do Egito um lugar para lá de agitado; Sara mulher de Abraão que aos 90 anos, perseverante, deu a luz a Isaque cumprindo a promessa celeste; impossível me esquecer de Ester, de sua beleza e como sua fé aliada a inteligência salvou todo um povo; lembrar de Madalena quem permaneceu ao lado do Cristo, quando todos sumiram amedrontados e foi quem anunciou sua volta quando ressuscitado, quebrando o tabu do preconceito, já imperante desde aquela época e Maria, a grande Mãe, sem maiores considerações sobre crenças ou religiosidade.
 
Da minha inusitada embarcação vejo ao longe a rainha Elisabeth I que depois da orfandade e prisão fez de seu reinado um período Dourado de crescimento, desenvolvimento e moralidade na corte; Joana D Arcd que misturou senso de justiça e misticismo integrando os exércitos Frances na luta por libertar sua pátria do inimigo; Isabel de Castela que usou o casamento para unificar a Espanha e expandir seus horizontes; Catarina de Medici que apesar de permanecer nas sombras conseguiu autonomia para o governo Frances; Catarina imperatriz Russa, modernizou um país, reformando todos os aspectos políticos e sociais, verdade que elas eram meio sanguinárias, mas qual de nós não rasgou uma camisa ou quebrou uma taça na parede ou coisa muita pior...
 
Aterrissar no Brasil e ver as nossas mulheres, aquelas que contam a historias de um país continental e ribeirinho, que representam uma nação com mãos firmes e decididas, cultivam nosso solo nas lavouras, garantem a manutenção da nossa religiosidade seja ela qual for, dando assim novos contornos e graça a nossa brasilidade.
 
Nessa inusitada viajem encontro Maria Quiteria que disfarçada de homem lutou pela nossa independência; Ana Nery que não encabeçou as trincheiras, mas estava lá pra enxugar o sangue e tratar dos ferimentos advindos dela; Anita Garibaldi que corajosamente enfrentou guerras, quatro partos, fuga e exílio sempre ao lado de seu grande amor o guerrilheiro farroupilha Garibalde e claro, Olga Benario; Irmã Dulce no cumprimento do mandamento maior do Mestre “amai-vos uns aos outros” e Mãe Menininha do Gantoi uma das primeiras vozes a defender a liberdade de culto dos terreiros e preservação de uma cultura; Berta Lutz e Nízia Floresta  mulheres que por aqui que iniciaram a  contestação do papel da mulher na sociedade; Tarcila do Amaral com suas cores, Pagu com sua caneta e Leila Diniz com sua irreverência; Todas as que morreram nos porões da ditadura, as que morreram em vida por filhos e companheiros e as que se matem bem vivas lutando para lhes dar vida.
 
Ainda sem pressa e cada vez mais orgulhosa da minha condição feminina cumprimento Maria da Penha, dona do nome da Lei que garante nossa Direito de “apitar”, como no movimento criado em Pernambuco pelas mulheres vítimas de violência; Chiquinha Gonzaga, Clara Nunes, Elis Regina, D. Ivone Lara, Zélia Gatai, Cora Coralina, Clarice Lispector, Adélia Prado mulheres que poética e profundamente nos cantam, contam, explicam e reinventam a cada linha; impossível de finalizar essa homenagem, por que são muitas as mulheres que me inspiram, ainda assim, Dilma Rousself é onde os primeiros passos dizem podermos chegar.
 
Nessa andada pelos personagens femininos da historia do mundo, minha própria historia é composta de mulheres que sozinhas criaram filhos, netos e toda uma família a beira do fogão, fomos defumados pelos temperos da casa de mulheres negras, muita salsa, cebola, alho, pimenta do reino e olhos que sempre me sorriram nos almoços de domingo na tia Ligia, nos sábados na casa da tia Naia, nas historias contadas pela mãe, Márcia, em que me via aos pés da cadeira de rodas de minha avó Jandira e tantas outras maravilhosas figuras que fizeram de mim o que sou hoje: Uma mulher como TODAS vocês em busca de ser feliz integralmente.  
 
Feliz Dia da Mulher.