quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Que venha o fim do mundo.

Tão dizendo por aí que vai acabar... fogo... água... vento... terremotos, quem sabe?
Desde do último domingo venho avisando as pessoas sobre o fim do mundo. Alguns riem. Outros fazem cara de consideração. Há aqueles que fazem cara de interrogação, tipo: qual a última coisa pra fazer então?
Boa pergunta! Estourar o cartão de crédito? Largar o emprego e passear a beira mar? Não pagar nenhuma conta? Beijar o primeiro gato ou gata que passar na rua? Disse uma amiga: Dormir agarradinha com meu marido e meu filho.
Confesso que são tantas as opções que, eu particularmente, vou ficar olhando da janela. Quieta e só. Ao contrario de qundo vim ao mundo. Contam lá em casa que foi um berreiro só e que tinha tanta gente na sala de espera que o médico teve dificuldade pra achar o meu pai, tamanha era a confusão.
Acho que os bebês choram tanto por que não sabem o que vão encontrar. Partindo do pré - suposto que já vi o que há por aqui e pior do que é aqui, não pode ser lá, imagino eu, que o fim deve ser uma variação dos tons de cinza.
Penso mesmo que o mundo deveria passar por uma recalchutada, acabar é muito radical. Uma reforma básica sabe, pintura nas paredes, umas peças novas, assim contemporâneas em tons de amarelo e azul.
Dentro dessa perpectiva reformista, botox, peeling, tratamento anti rugas, pouco ajuda se o ter se coloca adiante do ser, se o muito favorece a poucos, se os olhos se fecham nos semáforos, as mãos jogam parcas moedas sob as marquisese os corações indiferentes continuam batendo... 
Pelo visto só recalchutar, não vai adiantar, elas tinham que renascer mesmo, sendo assim, que venha o fim do mundo.
T.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

As relações virtuais seus ecos e verdades.

ELE: T, por andas tú ?

Aparentemente, não é mais pelas esquinas de São Paulo que tens andado. Que és viva, soube neste email que me enviaste...     ...que és mãe (e isso é lindo), descobri em teu blog. E, pelos textos ainda febris e sensatos, muito mais se passou... Me bateu uma saudade. De um café "à luz de poste", do sorriso, da conversa marota, sagaz. Por onde andas tú?
 
Eu: nossa to bege... mando de volta a pergunta, por onde andas?

Passei pelo rapidamente pelo RJ e por um casamento, que deixou dores, arrependimentos e lições... nove meses antes Davi passou por mim, literalmente, e hoje super soteropolitano tem 2 anos e 9 meses... razão das minhas melhores risadas, dos abraços mais apertados e do bom dia mais preguiçoso... tenho passado os últimos anos entre Salvador, São Gonçalo e Sorocaba ... sozinha em companhia de mim mesma... passo pelo PCdoB em todas as paradas, amém... de passos e passadas, dou meus rabiscos e morro de saudades de "café a luz de poste", dos amigos... dos filhos dos amigos... dos cachorros... do vavá e dos gatos... enfim...
ando devagar pq já tive pressa...

 ELE: Massa saber que você está bege...   ...eu continuo branco. Um pouco vermelho pq cheguei há pouco de Maceió, na real.
E meu sarcasmo deixou de ser humor e virou parte da personalidade.

Desde aquele carnaval em Salvador eu vivi muita coisa...   Eu conheci uma pessoa, me apaixonei, me perdi nela para em seguida perder ela...   ...Me escondi numa caverna e dela saí à base de remédios. Rapei meus cabelos e iniciei um novo ciclo. Parei de escrever poesias e comecei a escrever códigos para programas. Voltei a focar no trabalho, ganhei um bom dinheiro, perdi um tanto ainda maior...    ...viajei para a Europa, liguei errado para uma namorada e, sem querer, quem atendeu virou minha esposa meses depois. Vivemos alegrias, me senti completo, mudei de trabalho mas não de área, continuei a dar aula, virei palestrante por aqui e nos Eua, viajei bastante, conheci melhor o Sul e descobri o Nordeste deste país, conheci a costa leste dos Eua, pude ver Nova York do alto do Empire State à noite, me apaixonei platonicamente em Chicago...   E da costa oeste de lá virei quase um guia turístico... Assisti bandas de rock em teatros em São Francisco, fui assaltado em Los Angeles...    ...Mas mantive as raízes em São Paulo. Voltei a fotografar. E nessa mesma cidade vi o amor de minha vida me dizer que tudo tinha acabado, chorei, sofri, muito; mas levantei e enxuguei o rosto. Rapei o pouco de cabelo que ainda me restava, fiz a barba. Tomei coragem e marquei a data para conhecer o Japão. Decidi parar de escrever códigos e voltar a escrever poesias. E, finalmente, sem raízes, estou à olhar os voos disponíveis, enquanto decido para qual lugar vou-me embora agora.
 
Se soubesse de você uma semana atrás, tinha lhe dado um abraço nesse domingo que passou. Meu voo de Maceió - São Paulo tinha escala em Salvador. :)

Mas em julho, devo retornar à Maceió. Se por aí estiveres, farei questão de parar uma tarde no aeroporto para lhe encontrar. Com um pouco de sorte, achamos um poste, tomamos aquele café. :)

Imensa saudade de ti.

EU: lágrimas e uma saudade ainda maior de um tempo em que tudo era possível e necessário

era apenas, nos manter longe de grandes confusões, como a polícia por exemplo... acho que senti inveja de tantos paisagem... Nova York, São Francisco, Europa... enquanto eu trocava fraldas, fazia mamadeiras e queimava camisas... confesso que lágrimas não são meu forte e já não me apaixono com tanta facilidade, meu coração agora que ta criando casquinha... depois que uma grande perda revirou minha vida, CHOREI... amanheci com a certeza de que a gente 

precisa amar e perdoar, não deixar que as pessoas se percam, mesmo que elas escolham se perder da gente... a maternidade e a igreja quebrantaram meu coração... crente não, mas ligada a espiritualidade mais do que nunca... problemas com trabalho, com grana, com a responsabilidade de criar um menino sozinha... parar de escrever é morrer aos pouquinhos, nunca paro completamente... é tudo um pouquinho de mim... vá pra Austrália e me traga um canguru ou à Índia pra me trazer um pedaço de seda lilás ou simplesmente coe um café bem forte efume um cigarro por nós dois, por tudo que ainda faremos...

saudades....

 ELE: é sempre bom, num reencontro, ouvir vozes.
T.

 

 

 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

As quartas...


A vida podia ser um sábado, porque se fosse domingo seria previsível demais. Macarrão, frango assado e Faustão. Minha vida particularmente se traduz pelas quartas, a monotonia do domingo já se foi, o planejamento da segunda eo inicio da execução das tarefas da terça já estão na pista. Na quarta tudo fervilha, os desenhos já tomam formas mais definidas, os imperativos da segunda já entram na ondada passividade e a quinta vai se descortinando com as expectativas de farta colheita. Meio de semana é assim, um hiato, entre o que foi e o que será.  Ando assim, trabalhando as quartas, seja na segunda ou na quinta.Viver na sexta é ansiedade demais... Um sábado de sol e céu azul, de praia ou bicicleta. Um dia de sorvete e por do sol, de compras e cinema, porque não de samba e cerveja. Sem domingo de ressaca, sogra ou ferro de passar. Passar, só a vida a limpo, pra não amarrotar o sábado.

T.

sábado, 23 de junho de 2012

Coragem


Não temo a vida...
Não temo o tempo
Aprendi a criar convicções, baseadas em chão firme.
Não preciso do mundo para ser feliz...
Apenas de um instante prolongado de êxtase
Ensinar é apenas teoria, mas,
mais vale uma lição que o profundo silêncio para uma alma sedenta de inspiração
As profundezas só existem para os que procuram pelo escuro
E o sol sempre brilhará para os que cedo aguardam os primeiros instantes de um novo dia
O frio nunca é tão frio para os que permanecem com o coração aquecido
A dor nunca será tão profunda
para os que já conquistaram a fortaleza da segurança de que tudo na vida passa e só dura o tempo que se deseja
Por tanto ser feliz só depende de mim ...

Los Hermanos - O Vento

Criando asas



E lá foi ele... leve e faceiro, certo de que o mundo cabe dentro da mala... e lá vai ele correndo, senão o avião vai sem ele... de longe vejo a alegria das descobertas... por dentro menos que um grão de mostarda... e ele já foi ao encontro todo o amor que a vida tem reservado pra ele... com todas as peculiaridades da maternidade, entendi que a gente cria os filhos pra eles voarem... o meu é que começou cedo... abri minhas asas e ele simplesmente foi com os olhos brilhando pra ver as crianças, os primos e uma infinidades de corações anciosos pela sua chegada... longe da proteção dos meus braços foi sentir o mundo pelas suas perspectivas e sensibilidade... ta crescendo ele... ainda que esteja triste, ele foi feliz da vida e isso é o mais importante.


A quem interessar possa...


A quem interessar possa: as coisas são o que são... escolhas e consequências apenas resultados, viver com eles faz parte... os fantasmas e as sombras também são a parte desse processo, alimenta-los só nos causa dor e sofrimento, porque no fundo a gente sempre sabe a merda que fez e isso alimenta os fantasmas... o futuro a Deus pertence... até lá vivamos nossas vidas, de forma coerente e sem leviandade... assim todas as coisas terão um outro status e melhor cores mais claras e a leveza que só tem aqueles que levam a vida de coração aberto sem subterfúgios, manipulações e pressões... a quem interessar possa: a insegurança, a dúvida e nesse momento a insônia não me pertencem, porque sei a sinceridade e o amor que guiam e regem meus passos e minhas ações... jamais dividir... eu vivo com a dor e a delícia das minhas escolhas... viva-as também... quem interessar possa Boa Sorte...

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Findou-se Pandora


Os dias têm sido temperados de lembranças. Uma pitada de bucólica melancolia. Bebo de um gole todas as variações de saudade. Uma invasão não permitida de horas mais previsíveis. Tenho ficado entre os sons da madrugada e os ecos de mim mesma. Não sei onde acaba ou termina minha necessidade de viver o novo e minha dificuldade de deixar que tudo que já foi, vá.
O café que me leva à Graça... O sanduiche ao uniforme da PM... Poucas piadas, mas muitas risadas, nicotina e toda proibição dos romances que já deixaram de ser da adolescência... As taças de vinho ou suas manchas depois de quebradas... O romântico pedido de casamento... As contrações... Meus desastres... Alguns atalhos... Retalhos... Coloridos ou em preto em branco... Antes tudo muito meu... hoje: vãoooooooooooooo... Libertem-me... Abram espaço... Corra outro mundo... Pulem numa caixa e levem a chave para dentro... Pandora nunca mais.
Aconteceu passado e presente “tudo ao mesmo tempo agora”... característica sui generis em minha vida... não tenho vírgulas, sou um processo absolutamente continuo e urgente... Raro são o tempo das pausas ou intervalos, nesse quesito contrações são mais brandas...
As escolhas equivocadas deixaram traições... Pessoas... Entrelinhas... Duvidas... Alguma desconfiança... Ainda que para alguns tudo esteja no passado, quando os olhos se encontram ou o rádio toca, uma sombra vaga e leve, como tudo que se constrói em terreno movediço, se agita naquilo que ainda há. Haverá?
Uma descarga de adrenalina se despejou no universo numa dessas manhãs... Muita água lavou meus olhos e desmanchou minhas amarras, abriu meus cadeados, libertou asas um dia presas a circunstância e a tal necessidade de amar e ser amável e ao sentimento de pertencimento ou reconhecimento ou afastamento ou culpa mesmo... Alimentei a essa ave, de rapina diga-se, com dedicação, preocupação e orações... Essas serão eternas... “migalhas dormidas do teu pão, pequenas porções de ilusão...” a quem se dispõe desejo sorte.
A mim desejo ar, muito mar e o mais importante AMOR raro, verdadeiro, companheiro, leal e não fiel, já tive cães, pra sempre mesmo que acabe ou demore ou dure só agora.
A mim desejo tempo,crescimento, esclarecimento, amadurecimento pra desfilar minha leveza, essa, amém, deixou de me desequilibrar, isso sim é uma grande vitória.
Pra mim desejo toda a vastidão desse mundo de meu Deus, de mãos dadas a quem quiser vir comigo ou sozinha mesmo, aprendi que na ausência de todos eu tenho que ser ainda melhor pra caminhar comigo e as gaivotas.
T.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Domingo

O silêncio invade minha casa, só o sons dos passarinhos do vizinho adentram o ambiente... lá dentro ele dorme o sono dos anjos, calmo e cada dia maior, observo daqui... tempo, ele passa, cura e renova... passada uma semana intensa e interessante... uma nova perspectiva exige um novo olhar e isso significa abandonar gentes e outras perspectivas... dói um pouco, mais é isso, abrir espaço é desocupar, jogar fora... ficar espremendo as coisas, dilata o coração.... ele acordou: Oh mãe vem cá...
T.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Intervalos e brechas.




Há tempo para todas as coisas, mesmo que ele não nos de tempo para algumas pessoas,  para outras ele é vivido com tamanha paixão e intensidade que mesmo findo não se acabam... pois como o tempo são tão maiores que nós que se eternizam...
Outras tantas, passam corpo, alma e pensamento e se fazem a tempo e a hora imperceptíveis, ainda que o tempo ao nosso lado seja longo...
Hoje entre os prédios e o trânsito, num caminho conhecido pelos anos da rotina, achei uma brecha e nela o mar...  azul, lindo e imenso... numa fenda dentro da brecha do tempo... um laivo de segundos pra me sentir renovada e agradecida.
As brechas e o intervalo das contrações, como contaria *Carol, é o quando a vida aliada ao tempo nos permite o “para pra acertar”... sei lá há quanto tempo impedi as dores e as lágrimas que o tempo me permitiu esvaziar.
Foi numa brecha de tempo... numa conversa de café... que todo um mundo descortinou, a perda de um tempo precioso, transbordou em culpas e decepções, dum tempo que já se foi e na expectativa de outro tempo, que no mais profundo de mim deseja a repetição do antigamente...
As últimas semanas foram inexplicáveis, as perdas irreparáveis e as lições há que serem aprendidas por toda vida.
A intensidade dos dias se diluíram nos entraves da renovação das horas, mesmo assim, a sensação de que algo late bem ao fundo das minhas paisagens me alerta de que é necessário aprender a viver, conviver e amar sem reservas ou regras, sem medos ou receios, sem vacilo e jamais entre as brechas.
Perdão. Amor. Reconciliação. Renascimento, afinal é Páscoa.
T.




terça-feira, 13 de março de 2012

Insônia


Um peso cabeça, corpo e coração... por vezes a ansiedade mastiga cada célula que compõe meu corpo e minha alma, saboreando cada pedacinho lenta e cruelmente até me engolir... quando no descanso das minhas fibras, crentes do "aqui jaz" ela me cospe... talvez pra testar minha capacidade de cair de pé... talvez só para me ver voar... talvez pra sentir o gostinho da vitória entre o cair e o levantar...  esse processo doí, moí, estilhaça a estrutura óssea e a capacidade emocional de raciocinar, pelo menos para estudar a melhor posição pra um suposto cair ... a vida é um lugar cheio de emoções... na tênue linha que liga o ir e vir das noites sem rivotril vou acordar... dormida e coberta por todo calor e cinza capaz de ser carregada por uma fênix.  
T.

sexta-feira, 9 de março de 2012

O tempo...


É impressionante como o tempo passa rápido, parece que era ontem que andava com uma barrigão de fazer inveja... Hoje faz uma semana que meu bebê dorme sem fralda... se passaram 2 anos e 9 meses... Parece que foi ontem, o bico do peito rachado, a primeira sopa de legumes, os primeiros passos... É foi ontem... Agora todo independente ganha o mundo, andando no quintal com a certeza dos 2000 mil anos da humanidade... Já estou vivendo o amanhã... Saudades de quando era ontem...
T.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Homenagem ao Dia da Mulher


Mulheres da minha vida: mãe, irmã, amigas/irmãs, irmãs/amigas, de ontem, de agora, de sempre e para a eternidade, esse é o mês que se fala da nossa força, da nossa luta, das nossas conquistas e principalmente do quanto ainda temos a conquistar. Pensando no que lhes dizer fui me lembrando das muitas mulheres que compõem a história do mundo, sejam elas velhas conhecidas das enciclopédias ou nem tanto, mas nem por isso menos importantes.
 
Minhas lembranças mais remotas me levaram a Cleópatra que fez da vida política do Egito um lugar para lá de agitado; Sara mulher de Abraão que aos 90 anos, perseverante, deu a luz a Isaque cumprindo a promessa celeste; impossível me esquecer de Ester, de sua beleza e como sua fé aliada a inteligência salvou todo um povo; lembrar de Madalena quem permaneceu ao lado do Cristo, quando todos sumiram amedrontados e foi quem anunciou sua volta quando ressuscitado, quebrando o tabu do preconceito, já imperante desde aquela época e Maria, a grande Mãe, sem maiores considerações sobre crenças ou religiosidade.
 
Da minha inusitada embarcação vejo ao longe a rainha Elisabeth I que depois da orfandade e prisão fez de seu reinado um período Dourado de crescimento, desenvolvimento e moralidade na corte; Joana D Arcd que misturou senso de justiça e misticismo integrando os exércitos Frances na luta por libertar sua pátria do inimigo; Isabel de Castela que usou o casamento para unificar a Espanha e expandir seus horizontes; Catarina de Medici que apesar de permanecer nas sombras conseguiu autonomia para o governo Frances; Catarina imperatriz Russa, modernizou um país, reformando todos os aspectos políticos e sociais, verdade que elas eram meio sanguinárias, mas qual de nós não rasgou uma camisa ou quebrou uma taça na parede ou coisa muita pior...
 
Aterrissar no Brasil e ver as nossas mulheres, aquelas que contam a historias de um país continental e ribeirinho, que representam uma nação com mãos firmes e decididas, cultivam nosso solo nas lavouras, garantem a manutenção da nossa religiosidade seja ela qual for, dando assim novos contornos e graça a nossa brasilidade.
 
Nessa inusitada viajem encontro Maria Quiteria que disfarçada de homem lutou pela nossa independência; Ana Nery que não encabeçou as trincheiras, mas estava lá pra enxugar o sangue e tratar dos ferimentos advindos dela; Anita Garibaldi que corajosamente enfrentou guerras, quatro partos, fuga e exílio sempre ao lado de seu grande amor o guerrilheiro farroupilha Garibalde e claro, Olga Benario; Irmã Dulce no cumprimento do mandamento maior do Mestre “amai-vos uns aos outros” e Mãe Menininha do Gantoi uma das primeiras vozes a defender a liberdade de culto dos terreiros e preservação de uma cultura; Berta Lutz e Nízia Floresta  mulheres que por aqui que iniciaram a  contestação do papel da mulher na sociedade; Tarcila do Amaral com suas cores, Pagu com sua caneta e Leila Diniz com sua irreverência; Todas as que morreram nos porões da ditadura, as que morreram em vida por filhos e companheiros e as que se matem bem vivas lutando para lhes dar vida.
 
Ainda sem pressa e cada vez mais orgulhosa da minha condição feminina cumprimento Maria da Penha, dona do nome da Lei que garante nossa Direito de “apitar”, como no movimento criado em Pernambuco pelas mulheres vítimas de violência; Chiquinha Gonzaga, Clara Nunes, Elis Regina, D. Ivone Lara, Zélia Gatai, Cora Coralina, Clarice Lispector, Adélia Prado mulheres que poética e profundamente nos cantam, contam, explicam e reinventam a cada linha; impossível de finalizar essa homenagem, por que são muitas as mulheres que me inspiram, ainda assim, Dilma Rousself é onde os primeiros passos dizem podermos chegar.
 
Nessa andada pelos personagens femininos da historia do mundo, minha própria historia é composta de mulheres que sozinhas criaram filhos, netos e toda uma família a beira do fogão, fomos defumados pelos temperos da casa de mulheres negras, muita salsa, cebola, alho, pimenta do reino e olhos que sempre me sorriram nos almoços de domingo na tia Ligia, nos sábados na casa da tia Naia, nas historias contadas pela mãe, Márcia, em que me via aos pés da cadeira de rodas de minha avó Jandira e tantas outras maravilhosas figuras que fizeram de mim o que sou hoje: Uma mulher como TODAS vocês em busca de ser feliz integralmente.  
 
Feliz Dia da Mulher.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Como uma luva


Eles se amam. Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. 
(Tati Bernardi)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Chove e não é em Bagdá

Choveu muito hoje por aqui. Toda uma represa guardada a muitas semanas desaguou. Caiu pesada sobre ouvidos amorosos e compreensivos. Soluços entrecortaram relâmpagos e trovoadas, se misturando a sensação única de solidão. Violenta, capaz de desenraizar uma mangueira secular, seguiu arrancando do mais fundo da alma lama, lodo e restos, como se com essa fúria levasse ou lavasse as lembranças, dores e as saudades. As roupas resistiram a sua força, talvez porque elas nada tenham a ver com o cerne da tempestade. Lá pelas tantas sem céu ou sol foi se acalmando e atrás de si deixou um terreno sem nada, que pairava entre pronto e cansado. Sem expectativas, sonhos ou perspectivas caiu a noite. Insistentemente ela continuou com breves intervalos de intensidade, pingando.
Agora espero que o tempo seque, além das roupas, todo entulho que ficou amontoado naquele cantinho, pra quem sabe, colocar fogo em tudo e depois soprar as cinzas pra bem longe ou aos pés do mar.
T.

Chove Sobre Bagda - Adalberto Monteiro
http://www.fmauriciograbois.org.br/portal/noticia.php?id_sessao=53&id_noticia=3082

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Momento inusitado

Faz sol. Bem verão. Tão longe de casa me encontro, estranhamente percorro ruas e subo escadas, ouço conversas e vivo a intensidade de viver a vida como ela se apresenta.
Avassaladoramente os dias me mastigam, e meu organismo me diz sobre as Benções de Manassés, não sem dor, e da maravilha que é poder olhar um novo dia com olhos de gazela.
Observei a cena distante das emoções que me tomam por dentro.Ela trouxe um pacote de jujuba e refrigerante, ele agradeceu e quase a beijou. Todas sentadas a mesa. Quem vê de longe, nada mais normal do que qualquer comercial de margarina .Outros se juntam a inusitada cena. Elas distraídas por sua fome saboreiam a refeição. Impossível supor o que os olhos, hoje verdes, podem estar vendo ou se o vestido florido percebe as nuances entre o objetivo e o subjetivo ou ainda se o pequeno rabo de cavalo vai se preparar para uma citação bíblica. Permanecer agora. Ter sido ontem. Continuar pra sempre. Ares vitoriosos sopram pelas frestas do quintal, cada uma em sua particularidade exibe um troféu particular.O que realmente importa?
Nota 10 a esse discreto autor que tece de forma simples e casual esses encontros, que envolve nossas vidas num emaranhado de situações tão inexplicáveis quento sua existência. Faltou a cereja do bolo, difícil saber se a ausência fora sentida, a audiência explodiria.
Um copo vazio de sorvete foi o que sobrou, dessas sobras, coisas que nunca saberemos.

"Raspas e restos/Me interessam/Pequenas porções de ilusão/Mentiras sinceras me interessam/Me interessam..." Cazuza.
T.