quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tem dias que minha vontade é ficar ouvindo música, “...me entorpecer bebendo vinho”, como diria poeticamente o Ira, pra aplacar a ira que por vezes me absorve...

Como uma folha de papel quisera poder me ver em branco, à ser escrita, tanto é o caos que não ando dando conta de me reescrever, nem de escrever, quem dera...

Cinzento o céu depois da ponte, esconderam o tal do pote, fazer o que?

Espirrar. Sonhar. Chorar... Não sei... A algum tempo perdi a capacidade de raciocinar com clareza sobre as coisas de dentro de mim... Contradições não são como as canções.

FriezaXComplacênciaXEgoísmo extremo. Por que não?

Porque não é de bom tom, porque não combina com o blaze do seus olhos as oito da manhã ou ainda porque não é o que esperam.

Sim, eu também espero ônibus pela manhã e na fila do self service e pra receber minha restituição do imposto de renda e tantas outras coisas.

TODOS esperem a música acabar, minha ressaca passar e o sol parar de brilhar pra daí talvz, minha razão voltar.

E aí quem sabe...

T.

Acessos

Deveríamos nascer com chips, igual o filme “O Exterminador do Futuro”, isso pouparia espaço na memória para guardarmos coisas mais interessantes.

Os sentidos são sempre as melhores chaves, aquele perfume que ficou impregnado em nossos lençóis ou aquele fundo de erva doce na boca depois daquele jantar, que de bom, só teve o papo.

Ou ainda, meu sentido preferido, os sons que recheiam o dia a dia, Chico passando por Chiclete com Banana, balançando com Emilio Santiago ou Sorriso Maroto, a depender do véu que cai do céu, descansando, enfim e a sós, em Elis “Atrás da Porta”.

Pimenta do reino, uma pitada de curry, bastante alho na manteiga, cebola para dar cor, uns verdinhos ( manjericão, louro, cheiro verde, coentro, salsa), uma grande frigideira e uma garrafa de vinho branco displicentemente arruda a um canto da sala.

Senha da internet, de três endereços de email, senha do email do trabalho, senha das redes de relacionamentos, senha de dois bancos mais as letrinhas e hoje, no banco em que minha conta mora há uns 5 anos, recebi mais uma senha de acesso, que em nada se parecia ao aroma de hortelã ou a melodia de Ivan Lins, era um papel amarelado cuspido de dentro de uma máquina.

Considerando as incursões de Indiana Jones em cavernas atrás de relíquias judaico-cristãs, do Santo Graal e das Pedras de Sankara, mais algumas letrinhas podem me proteger das incertezas das noites de frio ou de calor, das desilusões, das esfuziantes ilusões, das avassaladoras vezes que meu coração se jogou ou finalmente daquela vitrine com sapatos cor de vinho.

Dizendo eles que é uma forma de nossa segurança não ser violada, dizendo eles...

T.