No capitulo de ontem, a
moça gorda e virgem, foi humilhada pela cunhada cadeirante. Quem levou a
melhor? Pela descrição da cena, arriscaria dizer que foi a que estava de pé,
mas não, foi a que estava sentada, por quê?
Porque a mocinha que
estava de pé era gorda, o que a torna mais frágil e susceptível aos impropérios
da cunhada malvada, que nada mais é do que o reflexo de uma sociedade
preconceituosa regida pala ditadura do esteticamente perfeito. Essa mesma moça
poderia ser negra, lésbica, anã, nordestina, pois foi uma típica cena de
preconceito.
Engraçado, cadeirantes
também não o sofrem? Bom, a bola da vez é a gordinha, então vamos a ela.
No fim a moça gorda
colocou a cunhada pra fora numa atitude altiva e vencedora. Porta fechada, vemos
a cena clássica da mulher sentada no chão a frente do espelho, chorando a
cântaros a dor da humilhação sofrida.
Tudo isso porque o
“gatinho comedor” se apaixonou por ela e a pediu em casamento. Fiquei me
perguntado quando vou cortar meus pulsos, por que não sou menos gorda do que
ela.
Essa cena, a principio
boba, me fez pensar como é difícil viver fora dos padrões, ser diferente, fazer
opções que saem do quadradinho da vida social.
É preciso coragem para estar
fora dos padrões. Viver "a dor e a
delicia de ser quem somos", com a maturidade de quem se aceita e assim
aceita suas limitação e não se permite paralisar por elas e ainda viver sem
culpas, isso é coisa pra poucos.
Tenho descoberto
pessoas que transgrediram a tal ponto de não se permitir mais a dor dos olhares
avessos e também não permitir que o mundo as fizesse olhar para si com
acusações fundamentadas em papeis sociais, pessoas que são LIVRES E PLENAMENTE FELIZES
exatamente porque transgrediram as leis, as convenções e principalmente as
outras pessoas.
Eu to na batalha para
fazer parte desse time. Tive que fazer escolhas dolorosas em detrimento de
manter certa sobriedade para muito além do meu coração. Vivo procurando fazer
as coisas bem feitas, com alguma dor e na mesma proporção agradecida por
conseguir me esquadrinhar de tal forma que posso me desnudar e assim procurar
caminhos menos complexos.
Minha irmã diz que
devemos fazer escolhas que sejamos capazes de viver com elas, mas é difícil não
fugir das situações de conforto, mesmo que elas não nos permitam voar com
liberdade. É como se fossemos colocando ao nosso redor, cerquinhas que nos colocam
a salvo não dos outros, mas de nós mesmos.
Acho meu filho um
exemplo ótimo. Ele é bicho livre, independente, feliz porque pode andar e
correr na rua. Sem experiências fantásticas ou morangos silvestres, comendo
feijão com farinha e tomando tubaina ele é feliz, simples assim.
A vida é muito curta
pra gente perder tempo. Pequenas coisas podem ser coisas muito grandes e fazer
toda diferença.
Particularmente não
tenho a balança como inimiga. Eu não tenho balança.
T.