O dia foi cansativo. Acidente, trânsito, barulho, ruas infestadas de carros. Finalmente o aeroporto, o excesso de bagagem e a decolagem. Como esquecer, o adeus da família e os quatro chopps. Acompanhada pelas gaiatices do meu guri e os verdes e atentos olhos do comissário de bordo, levantamos vôo rumo a novos horizontes, outros caminhos e sem resposta.
Dormimos os dois, cansados da maratona do dia. A última visão foi a lua. Linda, imersa numa intensa e imensa escuridão amarelada. Tudo normal, não fossem todas as possibilidades que se abrem a partir do pouso rápido e sem sobresaltos. Como sinceramente espero...
Acordei amarrotada e embrulhada num nó. Cansaço. Medo. Me dei conta do quanto eu não chorei, ou chorei muito pouco, desde que minha vida virou um questionário sem resposta. Durante a noite os olhos teimaram em não fechar e muitas, mas muitas imagens passaram por eles, do futuro, do passado, de outras encarnações talvez. Do presente, a luz do amanhecer e meu menino, meu guri, ao meu lado, embalado num sono leve e alegre. Quem disse que não há um homem em minha cama?
Mesmo depois do queijo qualho na beira da praia e toda alegria do meu guri ao se deparar com toda aquela água só pra ele, a idéia do "não sei" desagua, tardiamente eu sei, igual quando as comportas se abrem numa dessas represas longíncuas.
Como se fosse pouco, as lentes que me ajudam a enxergar o mundo, por uma ridícula fatalidade se espatifaram, como todas as idealizações dos últimos três anos. Fácil como as coisas se esfarelam...
Amanhã sairá em todos os jornais: "Contratam-se engenheiros, arquitetos, azulegistas, pintores, pedreiros, profissionais da conStrução civil, os melhores, para ajudar na reconstrução de UMA VIDA. Pago pouco, mais incluo na diária, toda gratidão das almas perdidas que vagam a esmo pelos vales e quintais sem jardineiros."
Medito. Reflito. Rezo. Peço... equilibrio para viver com minhas escolhas, ou melhor, com todas as consequências que advém delas.
Enfim como tudo é recomeço, RECOMECEMOS.
T.
Amiga, conheço esse lugar... E sabe o que? É PHODA, com PH!
ResponderExcluirMas sempre exite uma saída, nem que seja uma janela emperrada...
Difícil? Pra caramba!
Mas já me ponho aqui no lugar de quem responde ao seu anúncio! Amanhã a gente se chega junto! Como ferramenta, vou levar minha caixa de lápis de cor!
A gente tenta abrir a janela, se não der, a gente se põe a colorir as paredes!
Beijo no coração e no homem em sua cama!
K