terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tá tudo bem?

Responder essa a é sempre complexo,  do ponto de vista dos resultados sim: tenho trabalho, tenho casa,  a prole com saúde e bem cuidada, o dinheiro cumpre seu papel, nem mais nem menos,  o suficiente.
Que mais posso querer eu?
Um alento. Um abraço. Uma companhia. Flores: amarelas, do campo, gérberas, até rosas. Uma boa conversa num café no fim da tarde.  Pôr do sol e uma taça de vinho branco. Menos solidão...
Chico canta: “ tem dias que a gente se sente, como que partiu ou morreu...” Gosto dessa frase. Hoje me sinto partir. Ontem me senti morrer. Como venho de trás para frente amanhã, surgirei amanhã como a Fenix, das cinzas.
Cansada. Venho correndo, enfrentando trânsito, marmita morna, um regime de trabalho rígido e colegas mau humorados. Tudo muito diferente dos dias do estado, dos dias de partido, dos dias de antigamente....
Novas decisões exigem novas estruturas e posturas. Vida nova sim, mas “coisinhas enraizadas”, são difíceis de sumir assim, na velocidade com que as coisas acontecem. Me vejo assim tentando me livrar dos excessos ao mesmo tempo que me absorvo da necessidade de fazer diferente.
Como diria alguém: Onde fica Deus em tudo isso?
Trabalhando incessantemente, com uma xicara de café fumejante em frente ao seu mega notebook. De barba feita, cabelo bem cortado e impecavelmente vestido. Da sua janela Ele vê mares, crianças nascendo, montanhas, velhos jogando dominó e vozinhas fazendo tricô, vulcões em erupção, casamentos, plantações, amores, sofrimentos, Eu e toda sorte de privilégios e sortilégios que o infinito pode supor.
Observando a forma como encaramos as coisas, contando quantas vezes murmuramos contra ele, descontado a TPM, somando os nossos esforços em nos fazer melhor, perdoando a nossa, nem sempre santa ignorância, nos mostrando sinais, ordenando anjos para nos ajudar e mantendo seu amado Filho no leme das nossas vidas.
Cabelos mais curtos evidenciam os dois únicos fios brancos. As pequenas rugas ao redor dos olhos mostram o peso das preocupações e a dificuldade de relaxar e viver um dia de cada vez. Por incrível que pareça, com uns quilinhos a menos, tanto a fazer, ainda tenho que cozinhar?
Tony Garrido canta: “Você não sabe o quanto eu caminhei, para chegar até aqui, pecorri milhas e milhas antes de dormir, eu nem cochilei, os mais belos montes escalei, nas noites de frio eu chorei.. A vida ensina e o tempo traz o tom, pra nascer uma canção, com a fé no dia-a-dia encontro solução…” 
Será que respondi sua pergunta?


T.

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