quarta-feira, 5 de setembro de 2012

As relações virtuais seus ecos e verdades.

ELE: T, por andas tú ?

Aparentemente, não é mais pelas esquinas de São Paulo que tens andado. Que és viva, soube neste email que me enviaste...     ...que és mãe (e isso é lindo), descobri em teu blog. E, pelos textos ainda febris e sensatos, muito mais se passou... Me bateu uma saudade. De um café "à luz de poste", do sorriso, da conversa marota, sagaz. Por onde andas tú?
 
Eu: nossa to bege... mando de volta a pergunta, por onde andas?

Passei pelo rapidamente pelo RJ e por um casamento, que deixou dores, arrependimentos e lições... nove meses antes Davi passou por mim, literalmente, e hoje super soteropolitano tem 2 anos e 9 meses... razão das minhas melhores risadas, dos abraços mais apertados e do bom dia mais preguiçoso... tenho passado os últimos anos entre Salvador, São Gonçalo e Sorocaba ... sozinha em companhia de mim mesma... passo pelo PCdoB em todas as paradas, amém... de passos e passadas, dou meus rabiscos e morro de saudades de "café a luz de poste", dos amigos... dos filhos dos amigos... dos cachorros... do vavá e dos gatos... enfim...
ando devagar pq já tive pressa...

 ELE: Massa saber que você está bege...   ...eu continuo branco. Um pouco vermelho pq cheguei há pouco de Maceió, na real.
E meu sarcasmo deixou de ser humor e virou parte da personalidade.

Desde aquele carnaval em Salvador eu vivi muita coisa...   Eu conheci uma pessoa, me apaixonei, me perdi nela para em seguida perder ela...   ...Me escondi numa caverna e dela saí à base de remédios. Rapei meus cabelos e iniciei um novo ciclo. Parei de escrever poesias e comecei a escrever códigos para programas. Voltei a focar no trabalho, ganhei um bom dinheiro, perdi um tanto ainda maior...    ...viajei para a Europa, liguei errado para uma namorada e, sem querer, quem atendeu virou minha esposa meses depois. Vivemos alegrias, me senti completo, mudei de trabalho mas não de área, continuei a dar aula, virei palestrante por aqui e nos Eua, viajei bastante, conheci melhor o Sul e descobri o Nordeste deste país, conheci a costa leste dos Eua, pude ver Nova York do alto do Empire State à noite, me apaixonei platonicamente em Chicago...   E da costa oeste de lá virei quase um guia turístico... Assisti bandas de rock em teatros em São Francisco, fui assaltado em Los Angeles...    ...Mas mantive as raízes em São Paulo. Voltei a fotografar. E nessa mesma cidade vi o amor de minha vida me dizer que tudo tinha acabado, chorei, sofri, muito; mas levantei e enxuguei o rosto. Rapei o pouco de cabelo que ainda me restava, fiz a barba. Tomei coragem e marquei a data para conhecer o Japão. Decidi parar de escrever códigos e voltar a escrever poesias. E, finalmente, sem raízes, estou à olhar os voos disponíveis, enquanto decido para qual lugar vou-me embora agora.
 
Se soubesse de você uma semana atrás, tinha lhe dado um abraço nesse domingo que passou. Meu voo de Maceió - São Paulo tinha escala em Salvador. :)

Mas em julho, devo retornar à Maceió. Se por aí estiveres, farei questão de parar uma tarde no aeroporto para lhe encontrar. Com um pouco de sorte, achamos um poste, tomamos aquele café. :)

Imensa saudade de ti.

EU: lágrimas e uma saudade ainda maior de um tempo em que tudo era possível e necessário

era apenas, nos manter longe de grandes confusões, como a polícia por exemplo... acho que senti inveja de tantos paisagem... Nova York, São Francisco, Europa... enquanto eu trocava fraldas, fazia mamadeiras e queimava camisas... confesso que lágrimas não são meu forte e já não me apaixono com tanta facilidade, meu coração agora que ta criando casquinha... depois que uma grande perda revirou minha vida, CHOREI... amanheci com a certeza de que a gente 

precisa amar e perdoar, não deixar que as pessoas se percam, mesmo que elas escolham se perder da gente... a maternidade e a igreja quebrantaram meu coração... crente não, mas ligada a espiritualidade mais do que nunca... problemas com trabalho, com grana, com a responsabilidade de criar um menino sozinha... parar de escrever é morrer aos pouquinhos, nunca paro completamente... é tudo um pouquinho de mim... vá pra Austrália e me traga um canguru ou à Índia pra me trazer um pedaço de seda lilás ou simplesmente coe um café bem forte efume um cigarro por nós dois, por tudo que ainda faremos...

saudades....

 ELE: é sempre bom, num reencontro, ouvir vozes.
T.

 

 

 

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