Putas, taxistas, lixeiros,
travestis, alunos e professores, policia e toda bandidagem, funcionários públicos,
agentes penitenciários, cozinheiras ou chefes como preferirem, donas de casa e
vagabundos S.A., pretos, brancos, azuis ou amarelos, chilenos, bolivianos e
todos os vira latas que se prezem, se apresentem, decreto paralisação oficial.
Seguido na onda das mobilizações
anti copa outros movimentos ou pseudos movimentos se juntam aos anti Neymares e
Solaris e pressionam o estado ou seus patrões em busca daquilo que acreditam
sejam seus direitos. Até devem ser, mas há que se ter uma forma menos drástica
de chegar a eles.
Talvez porque em se tratando da
Copa ela vai acontecer com hospitais ou sem eles, principalmente porque bem a
moda brasileira tudo acaba em pizza nesse caso em gols e em um mês de pouco
trabalho e muita comemoração, mas o texto não é sobre isso, os legados da copa
deixo para os entendidos, entretanto é impossível não fazer um paralelo entre a
quantidade de greves que tem ocupado as manchetes e o maior evento esportivo,
depois das olimpíadas e seu acontecimento no Brasil.
Há os que são contra, então
porque não aproveitar e usar o momento para insuflar aquilo que estamos vivendo: o caos,
para desacreditar o pais, os movimentos sociais e toda a organização
democrática construída.
O estado da Bahia, mais
especificamente Salvador tem vivido dias quentes, mesmo fora do verão. Primeiro
a greve da policia militar e as implicações políticas que a envolviam. Depois a
quase greve da policia civil e agora a paralisação dos rodoviários e ontem no
jornal da manhã a greve dos professores em São Paulo.
A Constituição, nos da algumas
garantias, entre saúde, educação e moradia também esta o direito a greve, artigo 9º. Concordo com ele, acho legitima a luta por manutenção de garantias ou aumento
de direitos, contudo em alguns momentos sou obrigada a questionar pra onde tem
nos levado essa inversão do uso democrático dos instrumentos que a própria
democracia nos oferece.
Primeiro o sindicato aceita a
proposta dos patrões, algumas horas depois os rodoviários paulatinamente vão
parando, parando, parando e a frota de dois mil rodoviários parou, as 20:30 ou
muito antes disso não havia um ônibus na rua, mas haviam pessoas de todos os
tipos, idades e profissões que não tinham como voltar pra casa. Algumas andaram
quilômetros depois de um dia inteiro de trabalho, as mais sortudas dormiram na
casa de amigos e parentes e houve ainda quem dormiu na estação da Lapa.
Hoje pela manhã é fácil saber o
que aconteceu e a perspectiva de resolução esta longe das nossas vistas, já que
a previsão de uma nova votação é no dissídio que será votado ou discutido, não
entendi bem, na quinta feira. São quatro dias que a cidade para, que as pessoas
estão impossibilitadas de exercer seu direito de ir e vir ou o exercem com
muitas dificuldades.
Essa paralisação ou a forma como
ela foi conduzida, mostra o desmonte ou a truculência ou ainda a inversão do
uso do instrumento dos trabalhadores que é o sindicato, representação legitima
de uma determinada categoria. Isso que estamos assistindo é um agrupamento
corrupto e sem compromisso, vide o assassinato de Colombiano e Catarina.
Usar a população ou explorar o
caos urbano pra pressionar seja o governo seja o patrão no meu entendimento é
um ato criminoso, além de um puta desrespeito com a população.
Pra não perder o costume e passar
essa greve pelas questões de gênero, lembro-me das mulheres de modo geral e em
especial as mulheres da periferia, que nesses momentos tem suas dificuldades
aumentadas, porque vão desde voltar pra casa até achar quem fique com seus
filhos.
Minha indignação não veio à tona
porque fiquei horas no ponto de ônibus ou porque não tive quem ficasse com meu filho,
porque graças aos Céus moro a 20 minutos do meu trabalho e ainda que a escola
integral que ele estuda tenha parado, tenho
quem me de suporte nas chamadas urgências da vida, entretanto eu pago
impostos e para além disso eu acredito na democracia e em alguma ordem existente
na terra em que as coisas ou os caminhos devem ter e tomar pra manter ou
garantir um mundo minimamente equilibrado ou organizado, porque justo ele ta
longe de ser.
T.
COMO SEMPRE ARRASOU. SOU SUSPEITA PARA FALAR PORQUE GOSTO DEMAIS DA SUA FORMA DE ABORDAGEM... PARABÉNS!!!
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