quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Coisas da vida

Um dia pensei em conhece-la melhor. A primeira vista por mera curiosidade. Galho, que me parecia  tão frágil, numa árvore genealógica tão forte. Um dia pensei em ser sua amiga. Provavelmente pelas pessoas (in) comuns, ela nem sabe, temos em nossa historia. Um dia quis ser sua amiga. Não mais por curiosidade e sim pela certeza de poder descobrir algo interessante por trás daqueles olhos tão imensos. A encontrei poucas vezes nesses anos, ainda assim, sei de coisas tão particulares de sua vida. Numa roda de samba, numa noite dia frio, ela sambava, assim meio sem jeito, perdida ao som do atabaque. Tão pequena, envolta num xale xadrez, ela se divertia. Sua filha nunca vi, mas sei que é esperta, tem seus olhos e a cor do pai. Um dia pensei em ser sua amiga. Desisti, olhares desaprovadores sempre que se encontravam com os meus, endureciam, em um Não peremptório. Segredos de alcova nunca permitiriam uma amizade sincera. Sempre solicita e com os olhos abertos num sorriso, me abraça, pergunta dos meus, me lembro que um dia quis ser sua amiga. Diz a biblía: “Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer a um e amar ao outro, ou há de entregar-se a um e não fazer caso do outro; vós não podeis servir a Deus e às riquezas”.

T.

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