quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Fim

Um pouco +
Tantas coisas poderiam ter acontecido. Poderia não estar aqui hoje ou se estivesse não seria nessa situação de “mal estar”, mas isso não vem ao caso, isso é o de menos.
O que seria um pouco mais?
Falar sem reservas do que colhemos quando fazemos nossas escolhas. É estar certo que o futuro vai chegar, não sem dores ou feridas, mas com elas e por elas será vitorioso. São as cicatrizes que contam sobre nossas batalhas, sobretudo das nossas vitorias.
Meu um pouco mais para você é desejar que seja feliz, assim como eu tenho estado. É saber que as coisas a sua volta se agregam e não se esfarelam. É sentir seu coração sereno e tranqüilo. É saber que depois de “lutar suas lutas”, você tem para onde voltar, mesmo sabendo que nem o Cristo teve onde recostar sua cabeça,( Mt 8:20), mas ele não morreu para que tivéssemos? É saber que parte sua não é morna Ap 3:15-16.
Me pergunto se não deveria ter enfrentado essa batalha e assumido esse lugar a seu lado. Seu braço, sua parceira, a mulher ajudadora, que briga, que cobre sua retaguarda e ao mesmo tempo permite que você direcione as coisas, que recebe sua sexualidade sem reservas e participa da vazão dos seus desejos. A brecha da sua vida era essa e eu não consegui perceber, ou até percebi, mas era imatura demais pra enfrentar com galhardia essa batalha.
Tirei meu time de campo e permiti que outra assumisse esse lugar, porque realmente acreditava que seria a melhor escolha para mim e para você. Hoje quando ouço as pessoas, percebo você e as fissuras se agravando no seio da sua família, e a clara repulsa do conjunto humano a sua volta a essa relação que você mantém, me pergunto se não poderia ter sido diferente se você tivesse se dado algum tempo.
As relações agregam, não separam. O amor cura e não machuca. A convivência exalta as qualidades e não o contrário. Crescer é a palavra chave. A alegria do contentamento invade nossa alma e ainda que tudo seja uma merda, temos prazer e isso transparece em nossos olhos.
*Adendo 13/12/2001
Repensando nossa conversa de ontem sobre ser só e estar só, reforço a necessidade da sua reflexão sobre esse assunto. Porque você esta preenchendo sua necessidade de não estar só, mas será que você preenche o outro o quanto ele merece ou gostaria ou são dois a viver de migalhas?
Você vê e mantém aquilo que lhe convém, o que esta fora do seu alcance de visão é aquilo que se apresenta a uma platéia que assiste atenta, ao turbilhão de emoções que sente e desfila, a olhos vistos, dentro do outro.
E Ela sente e como sente. Ciúmes. Insegurança. Incerteza. Inveja. Desconforto. Vergonha. Irritação. Raiva. Um amor sufocado na sua intensidade, que você não vê, mas transborda e se derrama violentamente as suas costas, sobre os outros de forma por vezes vil e confusa, como compensação daquilo que fica engasgado. Ela reflete a sua confusão interna. Frágil e imatura emocionalmente acredita que na concordância dos seus “malfeitos” e no reforço da sua soberba, aposta alto que assim você vira.
“...  impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi/Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi/Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi/O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá” Novos baianos.
Sabemos que sua permanência se dará, na medida que seu medo do abandono for saciado. Depois certamente virá outra e outra, porque não é fora que encontramos companhia, é DENTRO.
Dentro do Amor de Deus. Dentro dos ensinamentos da Palavra que você tão bem conhece, na batalha do Homem Velho x Homem Novo. Dentro do temor que ainda existe em você. Dentro do compromisso assumido naquele corredor fétido. Dentro do ministério/trabalho que você abraçou. Dentro do seu perdão. Dentro do desejo do seu coração, ainda que nublado pela carne e fuga do espírito.
Do lado de dentro, confuso e só, como um menino perdido no parque de diversão. Você permanece na infantilidade dos sentidos em fuga do caminho da reflexão profunda sobre você, suas expectativas e frustrações. Percorrer esse caminho é se deparara com a própria falência e ter de refazer esse caminho seja se deparar com dores que você já sentiu.
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Na ausência da minha voz e na solidão da sua leitura espero que você perceba o respeito e o amadurecimento do profundo amor que sinto por você, por isso o chamo a razão.
Quero mesmo que você encontre seu lugar de paz! Oro a Deus que isso aconteça e você consiga enxergar  as coisas que são realmente importantes: suas filhas, seus netos, seu filho e sua família que mesmo estando afastada de você mais e mais a cada dia, O AMA e mesmo mergulhada  nesse aparente silêncio torce, como eu, para que você retorne daí de onde você se esconde.
Ou vai ver que é isso mesmo que você quer, viver sua liberdade sem ninguém que lhe traga o ônus, longe das coisas que você não conseguiu mudar. Você está vivendo uma realidade a parte das verdades do mundo interior e esteja feliz dessa forma e eu viajando nas minhas conjecturas, mas isso eu nunca vou saber.
Com carinho
T.
14/12/2011.

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